15 março 2015

O texto da menina que vivia nas nuvens.




Sempre que se ouvia a pergunta do lugar favorito ela respondia: nas nuvens. Aquele lugar em que se descreve como pequenas ou grandes "fumaças" ou algodões que vivem nos céus. Para ela não era apenas isso, era mais do que algodões, era seu refugio. Refugio este que só a fazia despencar quando saia dele e voltava a realidade. Não se tinha mais certeza de nada, nem pra onde ir, nem pra onde iria estar. Acabou-se outro dia e nem se tinha noção do que iria acontecer ou do que iria querer que acontecesse. Passou-se horas, dias, semanas, meses e anos e nada vencia a desilusão de se estar presa nas nuvens, ah! as tão aclamadas nuvens que se dissipavam cada vez mais ao seu redor, não se tinha mais noção de nada, ela que se dizia tão inteligente no final das contas não era tão inteligente assim, o que havia de errado afinal em ficar presa em um sonho sem fim? Em um refugio que nunca se quer sair? Não se tinham respostas para estas tão procuradas perguntas. 
O vazio por fim, toma conta dela, toma-se o silencio no lugar do barulhento não-refugio (assim era o que ela chamava os espaços que não eram seu refugio, eram apenas espaços, apenas cenas espalhadas), não se tem mais pra onde ir no final das contas, não se tem mais o que acontecer, só tem ela e as nuvens, e o espaço e o tão sonhado universo.



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